O Ministério de Minas e Energia está avaliando retomar o horário de verão como forma de tentar evitar um racionamento de energia, que está no horizonte em razão da seca extrema que atinge o país.
O horário de verão é uma das alternativas na mesa do governo, que também já ampliou autorizações para o funcionamento de usinas termelétricas a gás. A seca também já mencionou o aumento da bandeira da conta de luz .
A informação sobre a volta da medida foi publicada pelo Poder 360 e confirmada pela Folha. No entanto, não há previsão de quando isso seria feito, nem se de fato será.
“Nós estamos em uma fase de avaliação da necessidade ou não do horário de verão. O horário de verão, sabemos que apesar da divisão da sociedade com relação a ele, há outros efeitos que têm que ser aplicados pelo governo, além da questão energética , que é uma questão de economia. Ele impulsiona fortemente a economia do turismo, a economia dos bares, restaurantes, ele impulsiona a economia cotidiana”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Segundo ele, a volta do horário de verão pode ajudar a reduzir a demanda de energia ao final da tarde, que é um horário crítico para o sistema elétrico.
Neste período, fontes como a solar e a eólica têm queda na produção, enquanto a demanda aumenta em razão do fim do expediente comercial, da chegada das pessoas em casa e do início da noite, com menos luz natural, arrastou.
“É aquele local que o cidadão sai do trabalho, vai para casa, liga o ar condicionado, liga o ventilador, vai tomar banho, vai tomar todo o mundo quase que junto, liga a televisão para assistir um jornal, para poder assistir um filme e naquela localização nós temos um grande pico”, disse.
Com o horário de verão, o período do dia coberto com luz natural aumenta, o que pode reduzir esta demanda. “Se a gente puder diluir isso no horário de verão, talvez seja um ganho que vá dar a robustez ao sistema”, afirmou.
O horário de verão foi extinto em abril de 2019 , pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O retorno da medida chegou a ser especulado também durante a forte seca de 2023, mas na época foi descartada pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Então, técnicos do Ministério de Minas e Energia avaliaram que o nível dos reservatórios hídricos brasileiros estava alto, mesmo diante da seca, e por isso a medida não seria necessária.
Neste ano, membros do governo também afirmaram, sob reserva, que a situação dos reservatórios ainda não é tão grave quanto em crises históricas, como a de 2021. Alegam que as medidas tomadas ao longo de 2024, como de retenção de água nos reservatórios, fizeram com que hoje o nível da água seja mais que o dobro do registado durante a crise daquele ano.
Em 2024, o Brasil enfrentou uma pior seca de sua história desde que foi registrado pelo Cemadem (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).
Na Amazônia, os rios Madeira e Negro já atingiram alguns dos níveis mais baixos da história, e comunidades já sofrem com isolamento e obstáculos no abastecimento. A própria Manaus, capital do Amazonas, está impactada.
Na terça-feira (10), Lula visitou a região Norte e anunciou que irá criar a autoridade climática e o marco legal da emergência climática. Em razão da seca, o Ministério de Minas e Energia ampliou a autorização para uso de usinas termelétricas, especificamente de Santa Cruz (RJ), Linhares (ES) e Porto Sergipe (SE).
Com informações de Folha de São Paulo.