A Polícia Civil realizou na quinta-feira (8) a maior apreensão de peças automotivas furtadas desde o início da Operação 311, em 2022. Durante a ação, realizada em um estabelecimento na Grande Florianópolis, foram encontradas peças de 48 veículos com registro de furto. Esse episódio marca um ponto culminante na Operação 311, que, ao longo de 21 fases, já prendeu 44 empresários em diversas cidades do Estado.
Desde 2022, DFRV/DEIC (Delegacia de Furto e Roubo de Veículos) da Polícia Civil fiscalizam estabelecimentos de comércio de peças automotivas em busca de produtos oriundos de veículos furtados ou roubados.
“A Operação 311 é uma ação permanente de fiscalização de empresas do ramo de autopeças, que visa o combate ao crime de receptação de peças automotivas de procedência ilícita”, informa o órgão.
Desde o início, a Operação 311 já fiscalizou 90 estabelecimentos em Santa Catarina, revelando uma rede de comércio ilegal de autopeças em 13 cidades catarinenses.
- Florianópolis;
- São José;
- Palhoça;
- Santo Amaro da Imperatriz;
- Imbituba;
- Tubarão;
- Lages;
- Concórdia;
- Chapecó;
- Indaial;
- Gaspar;
- Balneário Camboriú;
- Itapema.
Roubos e furtos em outros Estados
Segundo Diego Azevedo, delegado titular da DRFV/DEIC, a polícia identificou que a maior parte das peças apreendidas provém de veículos roubados ou furtados em outros Estados, principalmente São Paulo.
“Nas perícias, já detectamos a maior parte dos veículos vindo de fora. Os furtos e os roubos ocorrem em outros estados e os criminosos vendem para cá. Nosso trabalho é impedir que Santa Catarina vire um polo receptador de peças oriundas de crime”, analisa o delegado.
Além disso, Azevedo afirma que a maioria dos estabelecimentos fiscalizados são lojas pequenas de autopeças. “A maior parte dos estabelecimentos têm uma, no máximo duas pessoas administrando. São pequenos empreendimentos. Vamos articular com as polícias de outros estados para identificar se há um grupo criminoso responsável por fornecer essas peças ilegais para as lojas daqui do Estado.”
Mais de R$ 300 mil de peças de veículos apreendidas
A investigação foi batizada em alusão ao artigo 311 do Código Penal, que qualifica o crime de “adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamento”. A pena é de três a seis anos de reclusão, além de multa.
Os detidos, no entanto, não respondem apenas pelo artigo 311. Eles também enfrentam acusação de receptação qualificada prevista no artigo 180 do Código Penal, que proíbe “adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte”. A pena é de um a quatro anos de reclusão, além de multa.
Não se sabe, com precisão, o valor total que já foi apreendido das 21 fases da Operação 311. As estimativas são de que, pelo menos, R$ 300 mil em autopeças oriundas de ação criminosas já foram tiradas de circulação.
A polícia incentiva a contribuir com as investigações por meio de denúncias, que podem ser realizadas através do site da Polícia Civil de Santa Catarina, pelo WhatsApp no número (48) 8844-0011, ou pelo telefone 181.