Em julho, a cesta básica em Florianópolis foi a segunda mais cara do Brasil entre as capitais, segundo a pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgada nesta terça-feira (6).
O valor apresentou queda de 4,08% em relação ao mês de junho, ficando em R$ 782,73. No entanto, mesmo com a queda, a Capital catarinense é a segunda mais cara entre as capitais, ficando atrás apenas de São Paulo, com R$ 809, 77.
Além de Florianópolis, valor do conjunto dos alimentos básicos diminuiu em outras 16 capitais onde foi realizada a pesquisa. Entre junho e julho de 2024, as quedas mais importantes ocorreram no Rio de Janeiro (-6,97%), em Aracaju (-6,71%), Belo Horizonte (-6,39%), Brasília (-6,04%), Recife (-5,91%) e Salvador (-5,46%).
Preço dos alimentos
Diante da catástrofe climática ocorrida em maio no Rio Grande do Sul, que afetou inúmeros produtores de arroz, e o anúncio pelo governo de importação do produto, o preço do arroz caiu em julho em 13 capitais, variando de uma queda -0,37% em Recife a -3,9% em Belo Horizonte.
O preço do feijão também caiu em 13 capitais, com quedas entre -0,66% em Curitiba e -3,04% em Florianópolis.
Já o pão francês teve aumento em 12 capitais, com altas de 2,03% na Capital catarinense.
O preço do quilo do café em pó também aumentou em todas as capitais. As altas variaram entre 1,07%, em Belo Horizonte, e 12,97%, em Brasília.
O preço comercializado do óleo de soja subiu em 12 das 17 capitais, incluindo Florianópolis. As principais altas foram em Aracaju (6,70%), Rio de Janeiro (3,80%) e Campo Grande (3,76%).
Salário mínimo não acompanha preços dos alimentos
O Dieese utiliza a pesquisa para estimar mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Segundo o órgão, no mês de julho deste ano, para suprir os custos da cesta básica, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.802,88 ou 4,82 vezes o mínimo atual de R$ 1.412.
A pesquisa apontou também que em julho o tempo médio necessário para que o trabalhador pudesse comprar a cesta básica correspondeu a 105 horas e 8 minutos, menor que em junho, quando essa relação de troca ficou em 109 horas e 53 minutos.
A jornada média em julho de 2023 para comprar a cesta básica era de 111 horas e 8 minutos.
O Dieese comparou ainda o custo da cesta básica com o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, e constatou que o trabalhador comprometeu, em média, 51,66% do seu rendimento para comprar alimentos. Em junho, o trabalhador gastava 54% de seu salário líquido.