Uma verdadeira força-tarefa foi criada pelo Governo de Santa Catarina para ajudar o Rio Grande do Sul, desde que o Estado vizinho foi afetado por fortes chuvas e enchentes.
Por determinação do governador Jorginho Mello entraram em campo as secretarias de Estado da Proteção e Defesa Civil, Assistência Social, Mulher e Idoso, da Saúde e da Segurança Pública, por meio das Polícias Militar, Civil, Científica e Penal, além do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina e das Celesc (Centrais Elétrica de Santa Catarina) e da Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento).
“É um momento delicado para os nossos irmãos gaúchos. E Santa Catarina estendeu a mão para ajudar: já enviamos bombeiros, policiais, mobilizamos a saúde para ajudar num transplante de medula, mandamos bolsas de sangue, a Celesc e a Casan para auxiliar no restabelecimento de energia e água, enfim, vamos fazer o que puder enquanto for necessário”, disse o governador Jorginho Mello.
O Estado está presente na linha de frente no salvamento e na ajuda humanitária. Até esta quarta-feira, 15, 3.778 pessoas e 519 animais domésticos foram resgatados por bombeiros ou policiais militares catarinenses. Além de 18 vítimas fatais.
O CBMSC (Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina) já está com a terceira equipe de FT (Força-Tarefa) em terras gaúchas. Atualmente, são 42 bombeiros, cinco cães de busca, 14 viaturas 4×4, 12 embarcações, oito motores de popa, drones e equipamentos de BRIE (Resgate em Inundações e Enxurradas).
Nesta terça-feira (14), o destaque das ações ficou por conta da Celesc, que enviou mais de 60 profissionais para auxiliar na recomposição do sistema elétrico do Rio Grande do Sul, que foi gravemente afetado pelas enchentes. São 10 caminhões e 50 eletricistas, além de técnicos, pessoal de apoio logístico e engenheiros.
Polícias
A Polícia Militar de Santa Catarina também auxilia com uma guarnição do comando aeronáutico, com o Águia 07 e uma guarnição da Polícia Militar Ambiental. Atualmente, 29 novos policiais estão no RS, com cinco caminhonetes 4×4, quatro embarcações, dois caminhões (um do Bope e um da Polícia Montada, que deslocou transportando cinco mil litros de água). Além de resgates de pessoas e animais, os PMs Catarinenses já transportaram mais de uma tonelada de alimentos e medicamentos em território gaúcho.
A Polícia Civil também está presente com 37 policiais em apoio aos trabalhos de resgate, sendo seis policiais civis em solo e mais a equipe do SAER Fron com um helicóptero.
Já a Polícia Científica enviou oito peritos, que ajudaram na identificação das vítimas. Além disso, a Secretaria de Estado da Administração Prisional e Socioeducativa está representada por
30 policiais penais para ajudar no sistema prisional gaúcho, que estão no plantão desde o início das chuvas.
Defesa Civil
A Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil também auxilia em duas áreas fundamentais: planejamento e execução das operações. Para isso foram destacados quatro profissionais para ajudar na logística do envio de auxílio humanitário para as cidades atingidas pelas chuvas, além de dois veículos 4×4 para acesso a áreas alagadas.
Saúde
Em uma verdadeira corrente de solidariedade, foi realizado o envio de medula óssea de um doador do Canadá para um paciente do Rio Grande do Sul. Uma aeronave do Estado levou o órgão até o aeroporto da cidade de Canoas. De lá, o material seguiu de helicóptero para o Hospital das Clínicas de Porto Alegre para o transplante.
Ainda na área da saúde, já foram enviadas para o Rio Grande do Sul 848 bolsas de hemocomponentes do Hemosc (Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina) ao Rio Grande do Sul.
Tudo fruto da solidariedade do povo catarinense que compareceu aos postos de doação de sangue e contribuiu com a ajuda.
Além disso, as Unidades de Assistência Farmacêutica (UAF) em Santa Catarina estão orientadas a receber pacientes afetados pelas cheias do Rio Grande do Sul. Os moradores do estado vizinho atingidos pelas enchentes que migraram temporariamente terão acesso aos medicamentos do CEAF (Componente Especializado da Assistência Farmacêutica) – trata-se de medicações ambulatoriais, de alto custo e geralmente de uso contínuo, utilizados em nível ambulatorial no tratamento de doenças crônicas e raras.
A Dive (Diretoria de Vigilância Sanitária), emitiu uma nota técnica destacando cuidados importantes a serem considerados nas doações de água para os atingidos pelas enchentes.
Casan
Em mais uma ação da força-tarefa da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) no Rio Grande do Sul, uma equipe eletromecânica de seis colaboradores teve papel crucial na retomada das atividades de abastecimento em Porto Alegre. A Companhia operou uma drenagem do alagamento da área de painéis elétricos em uma Estação de Recalque de Água Bruta.
A expectativa é que, com a drenagem, a água possa voltar a ser bombeada para a Estação de Tratamento de Água Moinhos de Vento. Ela atende cerca de 150 mil pessoas na capital gaúcha, incluindo cinco hospitais e parte da região central.
Além disso, a companhia já havia enviado 152 mil litros de água em caminhões pipa para atender casos emergenciais de bairros sem água potável no Rio Grande do Sul.