Os últimos deslizamentos de barreiras entre os quilômetros 229 e 235 da BR-101, em Palhoça, mostram que é preciso avançar em soluções. O foco principal está no Morro dos Cavalos, por onde passa uma das principais rodovias do país, e a cada chuva não dá bons sinais sobre a real condição.
Por sorte, ainda não foi registrada nenhuma tragédia no local e ninguém deseja que isso ocorra para tomar uma atitude. O segundo vice-presidente da Facisc (Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina), César Smielewski, relembra que a construção da quarta faixa naquele trecho era uma medida paliativa durante a duplicação da BR-101, enquanto os túneis eram furados para transpor o morro.
Só que acabou virando solução definitiva, quando os custos da obra ficaram inviáveis e agora gera uma preocupação a todos. Há de se considerar que nos últimos 10 anos, o tráfego aumentou e a características dos veículos de carga também mudaram, como destaca Smielewski.
“De dez anos para cá aumentou demais o tráfego de caminhões assim como o peso. E precisamos levar em consideração as mudanças climáticas e nosso Estado está sofrendo demais com as chuvas. Ficamos com receio com a estrutura na região do Morro dos cavalos”, afirma.
É importante lembrar que existem formas de ter controle maior e que não são colocadas em prática. O fato de ser responsabilidade da Arteris Litoral Sul, apenas a conservação e manutenção do trecho, deixa exposto que o ponto crítico precisa de uma atenção maior.
Atualmente existem tecnologias suficientes para se ter controle para esses eventos climáticos extremos. De acordo com o gerente Territorial e Urbano da Defesa Civil de Santa Catarina, Matheus Flach, existem tecnologias para cada tipo de solo que auxiliam na tomada de decisão.
Ao longo das últimas semanas, outras histórias também ganharam atenção. Quando se retirou a praça de pedágio da região do Cambirela, a promessa era não dividir mais Palhoça ao meio. Só que na prática, isso não se comprovou, porque duas comunidades seguem além da praça.
Diariamente, quem mora nos bairros Três Barras e Sertão do Campo, regiões rurais, precisam passar pelo pedágio. Desta forma, a prefeitura de Palhoça ficou onerada a comprar créditos mensais junto à concessionária.
A ação ocorre para não haver um novo custo aos moradores que se deslocam até o centro do município. Os gastos estão acima dos 100 mil reais por mês.
Segundo o prefeito Eduardo Freccia, o executivo estuda formas para melhorar a condição de acesso às comunidades, mas vai precisar de muito diálogo com a concessionária para não criar um desvio do pedágio.
A cidade de Palhoça pode ser uma das mais afetadas por toda essa concessão. Além da Praça de pedágio, as intermináveis obras do Contorno Viário desgastam bastante essa relação com a Arteris Litoral Sul. Na avaliação de Freccia, o trabalho prestado pela empresa é muito insatisfatório.
“Nós estamos tendo constante reuniões e discussões porque a atenção que se dá às comunidades não é a devida e necessária, principalmente nos impactos que as obras da Autopista ocasionam nas comunidades”, revela.
A concessionária Autopista Arteris Litoral Sul foi contatada para esta série de reportagens, a fim de explicar até onde o contrato permite investimentos, e quais são os planos para essa área tão problemática de eventos extremos.
A empresa se limitou a responder em nota que “novas obras no Morro dos Cavalos não estão previstas no contrato, mas que realiza serviços de manutenção e conservação em todo o trecho”.
Enquanto isso, Santa Catarina espera um clima melhor, afinal a cada chuva forte, uma nova aflição. Um local tão importante para o Estado não pode significar atraso, como ocorre atualmente.