As quedas de barreiras na BR-101 pararam a Grande Florianópolis, em pelo menos duas oportunidades em um ano e meio. Filas e mais filas de caminhões desligados ao longo da rodovia, motoristas sem qualquer estrutura e a cidade de Palhoça dividida por quase 100 horas.
Os transtornos são incalculáveis, enquanto os prejuízos financeiros são milionários. A região do Morro dos Cavalos coloca as autoridades contra a parede, forçadas a encontrar uma solução definitiva e de forma rápida.
O caminho apontado por especialistas passa pela construção de um túnel, reforço e estabilização de encostas, além de rotas alternativas. Isso requer investimentos pesados em infraestrutura.
O assunto Morro dos Cavalos voltou a monopolizar o debate após a noite de 13 de abril, com mais oito quedas de barreiras e que trancou a rodovia por mais de 60 horas. O senador Esperidião Amin, que acompanha esse tema ao longo das últimas décadas, afirma que o túnel seria uma solução a longo prazo. No entanto, ele lembra que existem outras saídas que podem ser executadas brevemente.
“Túnel depende de definição quanto à terra indígena, que não foi homologada. Isto é uma solução para longo prazo. O que pode ser considerado necessário e possível já é um reforço na encosta do Morro dos Cavalos com mais acostamento”, destaca.
O deputado estadual Mário Motta chama a atenção para o monitoramento dessas encostas. A equipe do gabinete produziu um relatório apontando a omissão na análise de riscos para possíveis erosões, quando a Arteris Litoral Sul ganhou mais 10km de concessão com a troca da praça de pedágio saindo do centro de Palhoça para o limite com Paulo Lopes. Medidas de prevenção podem ser uma forma de garantir a segurança de quem passa pela região.
“Primeiro, uma qualificação da classificação de riscos dos passivos ambientais ou seja os pontos críticos. Segundo, uma fiscalização mais eficiente e presente por parte da ANTT ou da empresa contratada para supervisionar a execução dos serviços pela concessionária”, ressalta.
O fato é que as chuvas não tendem a diminuir e deixam em aberto quando será a próxima queda de barreiras. Algo que preocupa também a PRF (Polícia Rodoviária Federal), responsável pelo monitoramento da estrada federal. O chefe de comunicação da PRF, Adriano Fiamoncini, reafirma que é preciso investimentos emergenciais na estabilização das encostas.
Em meio ao caos estabelecido há duas semanas, Santa Catarina teve a visita do ministro dos transportes e infraestrutura Renan Filho. Ele vistoriou os locais que estavam bloqueados e foi cobrado sobre a construção do túnel, que já possui licença ambiental para execução.
Segundo Renan, será necessária uma revisão no contrato de concessão da rodovia, logo a Arteris ou outra empresa privada que venha assumir o trecho tire do papel esse pedido da comunidade.
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