O MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) confirmou que recebeu pelo ex-diretor do Procon Estadual, Roberto Salum, uma denúncia de suposta fraude em recursos no órgão, mas que não houve apresentação de provas.
Salum acusou o ex-diretor Tiago Silva como responsável pelo suposto desvio, em um vídeo publicado nas redes sociais, ao afirmar que realizou uma auditoria interna. Este é o primeiro posicionamento de Salum, após ser investigado em duas denúncias de assédio sexual, além de outras de assédio moral dentro do Procon, o que culminou na exoneração do cargo no último fim de semana.
Como o MPSC não recebeu as provas, o prazo foi ampliado até o fim de abril e caso não receba, a denúncia será arquivada. Roberto Salum afirma que é alvo de uma armação. No vídeo, ele faz as acusações com uma série de documentos em uma mesa, mas não publicou os detalhes de cada um.
O ex-comunicador afirmou que 368 documentos de termos de compromisso mostram um suposto desvio de R$ 18,4 milhões que não chegaram a um fundo de reaparelhamento de tutela do Ministério Público. Esse fundo é alimentado com recursos oriundos de multas e arrecadações feitas pelo Procon catarinense.
A denúncia do ex-diretor envolve ainda outros nomes do Procon e do governo passado, quando o governador era Carlos Moisés. O caso segue em investigação pelas autoridades. Em entrevista do Jogo do Poder, o procurado-geral do Estado, Márcio Viccari, disse que esteve em contato com Salum e o explicou que situações envolvendo servidores públicas são apuradas e investigadas pela controladoria-geral do Estado, e não pela PGE.
O advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho, que faz a defesa de Salum, disse à ND que defende o cliente apenas nas acusações de assédio e que não responde pelas denúncias feitas por Roberto Salum contra Tiago.
O advogado de Tiago, o professor Sandro Sell, foi procurado para uma entrevista no Jogo do Poder, na manhã desta quarta-feira (3), mas não tinha disponibilidade de agenda. Em nota, Tiago declarou que foi surpreendido pelas declarações e que Salum é desequilibrado e sem a mínima credibilidade.
Ele alegou que a “estratégia” é tentar desviar o foco das graves denúncias das quais Salum é alvo e que vai à justiça contra ele.
Salum denunciou ainda que documentos comprobatórios já haviam sido enviados à sede do Ministério Público, na rua Pedro Ivo, centro de Florianópolis, e que a Polícia Militar fez a escola. O MP ainda não comentou sobre esse tema.