O MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) está apurando e vai investigar a briga entre torcidas organizadas das equipes do Figueirense e do Avaí, no clássico válido pela Copa santa Catarina realizado na noite de quarta-feira (18), e estuda medidas a serem tomadas em futuros jogos entre as duas equipes para que novos confrontos sejam evitados. O confronto terminou em lesão grave a um policial militar, pessoas feridas e danos ao patrimônio público e privado.
A apuração, a cargo da 29ª Promotoria de Justiça da Comarca da Capital, integra Procedimento Administrativo instaurado com o objetivo de fiscalizar o cumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta que visa combater a violência dentro e fora dos estádios, firmado com a Federação Catarinense de Futebol, a Polícia Militar de Santa Catarina e representantes dos clubes catarinenses.
O 4º Batalhão de Polícia Militar precisou intervir para dissipar o confronto, e teve, inclusive, um de seus integrantes ferido com gravidade. A briga ocorreu por volta das 20h, nos arredores do Estádio Aderbal Ramos da Silva (Ressacada), na data do jogo, mesmo com reforço do policiamento, especialmente na parte externa do campo.
Segundo informações, embora a venda de ingressos tenha sido baixa para a torcida visitante, por volta de 15 minutos após o início da partida foram avistados três ônibus que transportavam aproximadamente 300 torcedores do Figueirense para o entorno da praça desportiva.
Os torcedores desceram dos ônibus próximo ao Trevo da Seta, caminharam até o estádio usando toucas e capuz nos rostos para disfarçar a identidade e moletons para esconder a torcida organizada que faziam parte.
No caminho, portando paus e pedras nas mãos, os torcedores, teriam soltado fogos de artifício na direção das residências, veículos e pessoas. Ao se depararem com integrantes da torcida organizada Mancha Azul, do Avaí, deram início ao confronto, que depois foi controlado e dispersado pela atuação da Cavalaria e da Companhia de Policiamento de Ações Especiais do 4º BPM.
De acordo com a Polícia Militar, os torcedores foram revistados, e em posse deles foram localizados e apreendidos sinalizadores. Já no interior do estádio foram verificados danos ao patrimônio do clube Avaí, em razão de atos de vandalismo no banheiro masculino utilizado pela torcida adversária. Dois suspeitos foram presos na ocasião.
“As situações retratadas são lamentáveis, indicando atos de vandalismo, incitação a violência, entre diversas outras figuras que afetam a segurança dos torcedores e de todos aqueles que circulam no evento futebolístico e seus arredores”, considera o promotor de Justiça Wilson Paulo Mendonça Neto, que já determinou a notificação dos responsáveis pelas torcidas organizadas que possivelmente atuaram no confronto para que, no prazo de 10 dias, apresentem esclarecimentos sobre o ocorrido.
A partir das respostas, serão discutidas – junto com os demais signatários do TAC – as medidas cabíveis para reduzir a possibilidade desse tipo de situação nos futuros jogos entre os times rivais.
Entre as possíveis medidas estão a proibição da presença das torcidas organizadas envolvidas nos estádios ou mesmo jogos com torcida única, entre outras.